4 Poemas de Gabrielly José

Quatro poemas de Gabrielly José, para o Toma Aí Um Poema.

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Aos 7 anos, deu seus primeiros passos no mundo da escrita. Agora, passados 13 anos, participou de uma antologia e teve dois poemas publicados em outras duas e um selecionado para o podcast de poesias Toma Aí Um Poema.


Eu me odiava
Me odiava pelo meu corpo pequeno,
ombros largos, pouca cintura,
pelo meu cabelo,
por ter buço,
por menstruar e sentir dor todo mês;
me odiava pelo simples fato de ser mulher,
pelas mudanças que tive que fazer
porque ser assim era feio
e ser feio era ruim.
Odiava o peso que ser mulher significava
e perguntava aos meus amigos
“já agradeceram por serem homens hoje?”.
Assim fui ensinada,
assim aprendi
e me odiei por aprender
porque não tinha nenhum sentido ou lógica
mas mesmo assim
me odiava.
Me odiava por tudo
e por nada
sem saber o motivo
apenas odiava
odiava tudo e qualquer coisa em mim
porque eu queria que fosse diferente,
queria ser diferente
mas o diferente que eu buscava
estava nos padrões
e neles
nada é ou pode ser diferente.


Eu me desmancho toda vez que você me toca
Me desmancho sempre que você sorri
Quando me abraça
Me desfaço de mim e me preencho de você e tudo que te habita

Sua pele naturalmente quente
Seus desejos, vontades
dores, frustrações
Se misturam com as minhas
e geram um choque, energia
e, assim, nessa mistura confusa do que sou e do que você é,
quando cedemos de nós mesmos,
nos tornamos um.
Duas almas diferentes
dois corpos distintos
personalidades um pouco opostas
com um mesmo objetivo, vontade, desejo.
O desejo de estar juntos
querendo ter algo ao qual pertença
um motivo pra existir.
Uma morada
Abrigar e ser abrigado
se desfazer e refazer
criando juntos novos laços
segurando com todas as forças um fio frágil que os une
pra não se perder novamente
de tudo que há e não há nesse mundo,
fugir desse vazio.

E é incrível e estranho como tudo some com você.
Quando me chama, beija, abraça
e o coração acelera
e eu me desfaço de novo e de novo,
outra vez e mais uma vez
sentindo de várias formas o você desesperado pra me sentir
e, assim como eu, se desfazer, me habitar e refazer outra vez, mais um pouco
antes de partir na fria madrugada
e voltar algum dia.

Será esse o motivo desse fino fio não ter rompido?
O desespero confundido com amor.
O “refazer” é nossa única razão.

>> Leia A Revista Toma Aí Um Poema!


Coração Solitário

Implora por socorro, ajuda

Enquanto sangra

Vazando suas dores

Transbordando em lágrimas

As palavras perdidas.


Enquanto escrevo, grito
Com dó,
comovidos,
aplaudem.
Riem sem saber da profundidade daquelas palavras,
da dor.

Então sorrio,
agradeço
Continuo escrevendo
Mais um capítulo,
uma linha,
uma palavra,
um passo.
Talvez no fim da folha
encontre a luz,
sentido,
mudança…
esperança.


Poesia irá dominar o mundo!

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