Em um país marcado por desigualdades profundas, a literatura pode parecer, à primeira vista, um luxo. Mas, para quem trabalha com cultura e educação, é impossível ignorar o seu potencial transformador. A leitura e a escrita não apenas desenvolvem o pensamento crítico e ampliam horizontes — elas também reconstroem subjetividades, fortalecem identidades e geram oportunidade real de mudança.
A Editora Toma Aí Um Poema (TAUP) nasceu com esse propósito: usar a literatura como ferramenta de transformação social, especialmente entre grupos historicamente marginalizados. Atuando no cruzamento entre cultura e terceiro setor, a TAUP é hoje a primeira editora-ONG do Brasil, e seu modelo vem se consolidando como referência em inclusão, acessibilidade e impacto social no cenário editorial brasileiro.
A literatura como tecnologia social
A TAUP acredita que publicar um livro pode ser um divisor de águas na vida de uma pessoa — não apenas por colocar sua voz no mundo, mas por permitir que ela se reconheça como autora da própria história.
Desde 2020, a editora já:
- 📚 Publicou mais de 350 livros, a maioria de poesia e prosa breve
- 🧑🤝🧑 Lançou autores de 27 estados brasileiros, com destaque para mulheres, LGBTQIA+, pessoas negras, indígenas, neurodivergentes e PCDs
- 💬 Distribuiu mais de 1.600 poemas em áudio via Spotify, YouTube e Instagram
- 📦 Alcançou cerca de R$ 800 mil em arrecadações via pré-venda, tornando viável a publicação de livros que dificilmente teriam espaço em editoras tradicionais
- 🗣️ Levou seus autores a eventos como FLIP, Bienais e feiras alternativas, promovendo presença ativa nos espaços culturais
Tudo isso sem depender de grandes patrocínios. A TAUP constrói seu impacto livro por livro, pessoa por pessoa, campanha por campanha — com foco em bibliodiversidade e acesso real.
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Como a TAUP atua no terceiro setor?
Ao operar como uma ONG com CNPJ cultural, a Toma Aí Um Poema alia os princípios de uma editora independente à missão social de uma organização sem fins lucrativos. Isso significa:
- ✅ Modelo de publicação por pré-venda, que elimina barreiras financeiras de entrada
- ✅ Chamadas públicas transparentes, com critérios de seleção voltados à diversidade
- ✅ Formação de leitores e autores, por meio de oficinas, podcasts e eventos acessíveis
- ✅ Distribuição gratuita de livros em campanhas sociais e comunidades com pouco acesso à literatura
- ✅ Desenvolvimento de redes culturais solidárias, com coletivos, artistas e educadores em diferentes territórios
Na prática, a TAUP é mais que uma editora — é um projeto de educação afetiva, política e estética baseado na força da palavra.
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Impacto direto na vida de autores marginalizados
Um dos maiores legados da TAUP está nos depoimentos dos próprios autores que publicaram seus primeiros livros por meio da editora. São pessoas que, muitas vezes, nunca imaginaram que poderiam ser lidas, ouvidas ou reconhecidas como escritoras.
Para muitas mulheres negras, pessoas trans, jovens de periferia e autores neurodivergentes, a TAUP foi a primeira chance real de ter seu nome na capa de um livro — com qualidade gráfica, cuidado editorial e visibilidade nacional.
A publicação não é o fim: é o começo. Muitos desses autores seguem publicando, sendo convidados para eventos, ganhando prêmios e se reconhecendo como parte da cena literária brasileira.
Literatura como inclusão e pertencimento
Em vez de esperar que o mercado editorial tradicional se torne inclusivo, a TAUP criou seu próprio caminho — onde as vozes plurais da literatura brasileira têm espaço, afeto e estrutura.
A editora também promove:
- ♿ Acessibilidade digital e sensorial, com poemas em áudio e formatos adaptados
- 🏳️🌈 Representatividade em todo o processo: da curadoria à capa
- 📖 Catálogos temáticos voltados à diversidade cultural, corporal, territorial e linguística
- 🤝 Formação de parcerias com instituições, coletivos e espaços culturais periféricos
Publicar com a TAUP não é só fazer um livro existir — é fazer com que ele pertença a um ecossistema de resistência, memória e futuro.
Conclusão: transformar o mundo pela palavra é possível
A experiência da Toma Aí Um Poema mostra que a literatura pode ser uma ferramenta concreta de transformação social — e que é possível construir um projeto editorial sustentável, afetivo e comprometido com a justiça cultural.
Em um país onde tantas vozes são silenciadas, fazer um livro nascer é um ato político. Fazer com que ele circule, chegue nas mãos certas e transforme quem o lê — é um ato de amor e resistência.
👉 Quer conhecer mais sobre o trabalho da TAUP, apoiar a iniciativa ou enviar seu livro? Acesse:
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