Antologia Poética: #Diversos (LBGTQIA+, Negritude, Favela, Padrões de Beleza)

Número de páginas: 61

Idioma: português

ISBN: 978-65-81362-12-6

Autores

Ailson Lovato, Ângela Silva, Bárbara Ribeiro, Bernardo Goçalvez, Bicha Poeta, Bruno Andradi, Bruno Black, Clareanna Santana, Conceição Maciel, Denis Scaramussa, Eduarda Espínola, Estefania Tabata, Fagmota, France Marinho, Gabriela L. Veloso, Glaucio Bandeira, Henrie S. Reis, Hilton Nogueira, Hortência Siebra, Ian Barrem, Ivo Santos, Jéssica Iancoski, Jonas de Paula, Jonedsun, Leandra Nel, Léo Ottesen, Leticia Negretti, Lua Pinkhasovna, M. Sales, Maria Das Graças O Rocha, Mateus Lima Veloso, Matheus Martins Samt’anna, Maurício Régis, Mel Gomes, Melissa Paiva, Oluwa Seyi, Priscilla Cler, Rafael Simplicio, Raylyne Ribeiro, Rozana Gastaldi Cominal, Shirley Pinheiro, Venâncio Grosso, Victor Coimbra, Weinne Neves.

Sobre

#DiVersos é uma antologia, organizada por Toma Aí Um Poema, com poemas de escritores independentes pela diversidade. A coletânea reúne poemas sobre LGBTQIA+, Negritude, Favela/Periferia, Padrões de Beleza/ Estereótipos de Corpos. Ao todo, apresenta mais de 40 poemas de 40 poetas diferentes.

Leia de Graça

5 Poemas da Antologia

Oluwa Seyi – Deusa-Átomo

ela me amou e o mundo se fez
o olhar dela incidindo sobre mim
foi o início da criação
de tudo
foi a fagulha da vida como conhecemos

desde o dia em que ela me amou,
desse primeiro segundo em que ela me olhou
e também me enxergou
eu me tornei sagrada
central
flamejante

nossa casa,
todas as galáxias comprimidas
em 60 metros quadrados,
é um altar
recebo flores, promessas e cafuné:
tudo que uma deusa pequena
[como eu precisa

sendo tão amada,
vivendo tão segura,
desconfiei
e seus olhos refletiram, confirmando:
tornei-me mais negra.

minha pele reavivou a cor
que gera
e alimenta
todas as cores

melanina universal:
matéria escura de tudo que já foi criado
ou, um dia,
ainda será.


Jonedsun – o sistema

além de falho,
é farda

além de bruto,
é branco

além de sonso,
é sujo

além de patriarca,
é pútrido

e além de tudo,
é assassino.


Victor Coimbra – T

Todo sangue
Derramado
Também
É vermelho


Eduarda Espínola – Loja

Da prateleira de padrões,
Tiras tua fala empoeirada.
Mas não preciso que me arraste
Contigo, em ideias rasgadas.

Não sou tua vitrine,
E não me espere pousada.
Sou feita de essência e batimentos
Cardíacos, meu corpo é morada.

Sou o que sou,
Verdade escancarada…
Trago o ímpeto de vidas passadas.

Nego seu convite,
Não me verás na entrada…
Da velha loja de mudanças forçadas.


Rozana Gastaldi Cominal – BRASIL PERIFÉRICO

corpos periféricos e à margem:
gordos, indígenas, negros, trans, assexuais,
mulheres fora do padrão de beleza
corpos dissidentes
marcam território
questões periféricas atingem a todos nós
acesso à arte, romper a condição limítrofe
fala torta, literatura ruim
reverter a manchete
palavra em combate
em movimento de revide
na guerra dos sexos desde tempos medievais…
ele não! basta!

corpos periféricos e à margem
embalados pelas músicas populares
que vivem no imaginário do povo
linguagens híbridas no palco
teatro, cinema, música, dança, literatura
a palavra ganha poder
sementes que brotam
a (r)evolução organiza a trupe de artistas
conversa entre mães, filhas, filhos, filhes, agregadxs
coisa e causa que nos une: a poesia
em linha reta, em linha quebrada, em paralelas
temer a morte? não!
a insuficiência da vida é o que mata!

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