7 Livros de Escritoras Brasileiras Contemporâneas que Você Precisa Conhecer

Se você procura por livros que exploram temas como corpo, território, memória, maternidade, colonização e resistência com profundidade e voz própria, esta seleção é feita para você. Aqui, reunimos obras escritas por escritoras brasileiras contemporâneas que estão redefinindo o modo como lemos e entendemos a literatura feita no Brasil hoje.

São 7 livros marcantes — atravessando o conto, o romance, a prosa poética e o poema-manifesto — que revelam a potência de autoras com trajetórias diversas, vindas de diferentes regiões, editoras e experiências de mundo. Escritoras premiadas e independentes, que, com coragem e sensibilidade, têm transformado o cenário literário brasileiro e ampliado o espaço para vozes antes invisibilizadas.

Ler escritoras brasileiras contemporâneas é um gesto de abertura para novas experiências literárias. Suas obras não apenas emocionam — elas confrontam estruturas, questionam narrativas dominantes e revelam o que foi deixado à margem. A escrita dessas autoras carrega marcas do tempo, do território e do corpo. São vozes que falam de dentro da vida real: da solidão da maternidade, da infância interrompida, do silêncio imposto, da herança colonial — mas também da alegria, da reinvenção e do afeto como força política.

Essas autoras não escrevem apenas para serem lidas — escrevem para ocupar espaço. Enfrentam o apagamento, a desvalorização do feminino e o preconceito estrutural dentro do próprio mercado editorial. Ao escolher lê-las, valorizamos uma literatura viva, que pulsa longe dos centros tradicionais de poder e, justamente por isso, propõe novas centralidades. É uma escrita que não tem medo de se fragmentar, de experimentar formas, de sangrar na página — e de curar também.

Ao explorar essas obras, descobrimos que a literatura feita por mulheres brasileiras hoje é múltipla, intensa e urgente. Cada livro é uma fresta aberta num muro que já não nos serve mais. Um convite para ler com o corpo inteiro, com os olhos atentos e o coração disponível. Porque, mais do que nunca, é tempo de ouvir o que essas autoras têm a dizer — e de garantir que suas palavras não passem despercebidas.

Confira a lista abaixo e mergulhe na produção de escritoras brasileiras contemporâneas que escrevem com a pele, com a terra, com a história e com tudo aquilo que ainda precisa ser dito — e lido.

Imagem de u_q2vxsh25nv por Pixabay
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1. O som do rugido da onça — Micheline Verunschk

Publicado em 2021, o romance O Som do Rugido da Onça, de Micheline Verunschk, parte de um episódio real e pouco conhecido da história do Brasil: o sequestro de duas crianças indígenas da região amazônica, levadas à Europa em 1820, como “curiosidades vivas” a serviço da ciência colonial e do espetáculo do império.

A autora recria ficcionalmente essa travessia forçada a partir da perspectiva das próprias crianças — Iñe-e e Juri, rebatizados como Johann e Isabella por seus sequestradores. Mais do que reconstruir uma história de apagamento, Micheline nos oferece um romance que tensiona a ideia de civilização e expõe o colonialismo como violência sobre corpos, línguas e memórias.

A narrativa alterna diferentes vozes, entre elas a da menina indígena, que se recusa a esquecer sua língua, seu nome, sua origem. Essa recusa não é apenas resistência: é também uma forma de manter viva a floresta dentro de si, mesmo quando o mundo à sua volta tenta aniquilá-la. O livro é profundamente político, mas também poético. O título evoca o animal mítico — a onça — como símbolo ancestral de força, inteligência e conexão com a terra.

O texto de Micheline recusa a linearidade e mistura tempo histórico com memória, sonho, delírio e linguagem onírica. É um livro que denuncia a lógica científica e “racional” da Europa do século XIX, revelando seu papel na desumanização dos povos originários — mas faz isso a partir de uma escrita sensível, ancestral, que ouve a terra antes de escrever sobre ela.

Mais do que um livro sobre o passado, O Som do Rugido da Onça é um chamado urgente: olhar para a história do Brasil a partir do ponto de vista indígena, feminino e não-colonial.
📚 Editora Companhia das Letras
🔍 Palavras-chave: romance histórico brasileiro, literatura indígena, Micheline Verunschk


2. Flor de Gume — Monique Malcher

Publicado em 2021 pela Editora Jandaíra, o livro Flor de Gume, de Monique Malcher, é uma reunião de contos que pulsa com a força e a ternura da mulher amazônida — mulheres reais, feridas, potentes, silenciadas e ainda assim falantes. São flores com lâmina.

Com uma escrita que mistura lirismo e crueza, a autora paraense constrói narrativas breves, mas profundamente cortantes. O fio condutor do livro é a experiência feminina situada: corpos que nascem, amam, adoecem, resistem e envelhecem à beira do rio, da cidade, do abandono. Não há idealização. Há poesia. Há riso, cicatriz, sensualidade, memória.

Monique escreve sobre o que não costuma virar literatura: os detalhes íntimos do cotidiano das mulheres comuns da Amazônia urbana — mulheres que vendem mingau, que criam sozinhas seus filhos, que dançam forró, que rezam no escuro, que sonham sem saber o nome do sonho. E justamente por isso, essas personagens permanecem. Elas existem além da página.

Em Flor de Gume, cada conto é como uma lâmina molhada de afeto. Há violência, mas há também beleza. Há solidão, mas há companheirismo. Há dor, mas há gozo. E, sobretudo, há uma linguagem que não é fria nem distante — é pele, é colo, é voz que sussurra e grita ao mesmo tempo.

A cidade de Belém e o interior do Pará surgem como pano de fundo — mas mais do que cenário, são território afetivo, político e cultural. Os cheiros, os nomes, os sons regionais atravessam a prosa como parte essencial da identidade literária da autora, e isso é feito com maestria, sem didatismo nem caricatura.

Premiado com o Prêmio Jabuti (2022) na categoria de Contos, Flor de Gume é uma das obras mais importantes da nova literatura brasileira escrita por mulheres. Não apenas pela escrita precisa e contundente, mas porque ela abre espaço para vozes que raramente são ouvidas.

Este é um livro que não busca adornar a dor — mas mostrar que há beleza e fúria onde há vida. E, acima de tudo, que as histórias das mulheres amazônidas são literatura sim.
📚 Editora Jandaíra
🔍 Palavras-chave: contos brasileiros, autoras amazônicas, literatura feminina contemporânea


3. O peso do pássaro morto — Aline Bei

A delicadeza brutal de uma vida comum atravessada por perdas que não esquecem

Publicado em 2017 pela Editora Nós, O Peso do Pássaro Morto, de Aline Bei, é um romance em prosa poética que acompanha a vida de uma mulher dos 8 aos 52 anos. Uma vida comum, como tantas outras, atravessada por perdas silenciosas, ausências doloridas e uma vontade insistente de permanecer — mesmo quando tudo à volta desaba.

A escrita de Aline Bei é o que primeiro salta aos olhos. Em versos curtos, fragmentados, entrecortados como respirações curtas de quem acaba de chorar, ela constrói um livro que se lê rápido, mas reverbera por muito tempo. A forma acompanha o conteúdo: o texto hesita, repete, se interrompe, sangra — como a própria narradora, uma mulher que tenta se entender diante da dor e do tempo.

Logo nas primeiras páginas, a autora entrega o tom: um episódio aparentemente pequeno — a morte de um passarinho — torna-se símbolo do que virá. É o primeiro luto, a primeira ruptura, o primeiro silêncio imposto à infância. E a partir daí, a vida segue: escola, adolescência, descoberta do corpo, violências sutis (e outras nem tanto), maternidade solitária, envelhecimento, recomeços que nunca se completam.

A força do livro está justamente no fato de que nada é espetacular, mas tudo é profundo. A protagonista não tem nome, e por isso pode ser muitas. É uma mulher que poderia ser sua mãe, sua vizinha, sua amiga, você. Ela sobrevive ao que não vira notícia: à dor comum, à solidão rotineira, ao peso de existir quando o mundo nos quer discretas.

Em O Peso do Pássaro Morto, a maternidade é exaustão, o amor é ausência, e o corpo é memória viva das dores que ninguém vê. Mas, apesar disso — ou justamente por isso — há beleza. Uma beleza crua, sem ornamento. Uma escrita que não explica, mas sente. Que não dramatiza, mas expõe. Que não quer ser perfeita, mas verdadeira.

Aline Bei entrega uma protagonista que não é heroína nem mártir — é humana. E isso é raro e precioso na literatura contemporânea. Seu livro não é sobre uma história grandiosa, mas sobre como pequenas perdas acumuladas moldam quem somos.

Com este romance de estreia, Aline venceu o Prêmio São Paulo de Literatura (2018) na categoria Autora Estreante, e desde então se firmou como uma das vozes mais autênticas e singulares da prosa poética brasileira.

O Peso do Pássaro Morto é para quem já teve que engolir o choro, para quem convive com o que não passa, para quem entende que às vezes a maior força está em continuar — mesmo sem saber como.
📚 Editora Nós
🔍 Palavras-chave: prosa poética, literatura de mulheres, Aline Bei


4. América Xereca — Eugênia Uniflora (Jéssica Iancoski)

A fúria poética de um território que sangra e par(e) sua própria linguagem

Publicado em 2023 pela Editora Toma Aí Um Poema, América Xereca, de Eugênia Uniflora (heterônimo de Jéssica Iancoski), é um poema em corpo aberto. Uma escrita visceral e indomada que transforma a América Latina em pele, em útero, em floresta dilacerada. Um livro que não pede passagem: rompe. Fura o mapa. Transborda continente.

Finalista do Prêmio Mix Literário em 2024, a obra se estrutura como um longo poema em fragmentos, numerados como rituais — vinte e seis partes que constroem um cântico rebelde, uma cartografia de um corpo geográfico explorado e ainda assim fértil. A linguagem é múltipla: mistura erotismo, denúncia, liturgia profana e línguas originárias. A América aqui é território de desejo e de guerra, mas também de reinvenção.

Desde os primeiros versos, a autora evoca imagens de violação e resistência. A metáfora do estupro colonial aparece sem disfarce — homens que “xeretam tua xereca” e deixam sementes de violência. Mas também há resposta: há urro, há rastro de onça, há ventre que não se dobra. A xereca não é passiva, é força criadora. É palavra ancestral. É terra que não aceita mais ser medida em hectares.

A força do livro está na sua escrita inclassificável. Não é exatamente poesia, nem manifesto, nem profecia — é tudo isso ao mesmo tempo. Cada linha pulsa com urgência. A autora não adorna a dor: encarna. Recorre a repetições, grafias reinventadas, sons que vibram na leitura em voz alta. É como se o poema não apenas dissesse, mas ritualizasse.

Há também momentos de entrega afetiva. De rezo. De retorno à origem. A cada rompimento de linguagem, a cada verso que arranha o papel, o livro nos lembra que a descolonização não é apenas política — é também linguística. É possível reaprender a dizer “eu te amo” sem repetir o idioma do invasor.

Ao final, o poema se abre em tupi moderno — gesto de ancestralidade, reconexão e cura. Uma fala breve e preciosa que encerra a obra como se fosse um sussurro vindo da mata: “eu sou daqui / eu sou como você / eu te amo”.

América Xereca é para quem sabe que escrever é, muitas vezes, sangrar bonito. É para quem entende que o corpo é o primeiro território a ser invadido — e também o primeiro a resistir. É uma leitura que exige fôlego, mas recompensa com revelação. Um livro que não cabe em sinopse porque não se deixa reduzir. Ele escorre. Ele escava. Ele permanece.

Para além do escândalo que seu título pode causar a olhos colonizados, este é um livro sobre reconexão — com a terra, com o corpo, com o idioma, com a liberdade que ainda não se escreveu por completo.
📚 Editora Toma Aí Um Poema
🔍 Palavras-chave: poesia decolonial, literatura latino-americana, literatura feminista


5. Araras Vermelhas — Cida Pedrosa

Publicado em 2022 pela Companhia das Letras, Araras Vermelhas, de Cida Pedrosa, é um livro que transforma a história silenciada da Guerrilha do Araguaia em corpo poético. Uma narrativa em versos que atravessa o luto, o apagamento e a violência do Estado com a firmeza de quem sabe que escrever também é lutar.

A autora recusa o esquecimento. Com uma linguagem afiada e ao mesmo tempo profundamente sensível, ela cria uma obra que é denúncia e rito. Um gesto literário que devolve nome, rosto e voz aos que desapareceram sem que o país sequer se permitisse enterrá-los. A guerrilha, aqui, não é apenas evento histórico — é presença ferida que insiste em existir.

Ao longo do livro, os poemas se debruçam sobre a região amazônica como território de emboscada e abrigo. A floresta é personagem. As araras do título, com suas cores vivas, surgem como símbolos duplos: têm o vermelho do sangue e o voo da liberdade. São testemunhas do massacre, mas também sinais de que nem toda vida pode ser apagada.

A autora costura as vozes dos militantes mortos e desaparecidos com o cuidado de quem está bordando memória em tecido vivo. O verso é pulsação, é matéria viva da escuta. Cida não grita: ela canta com fúria contida, com uma ternura insurgente que dá dignidade à dor. E, ao fazer isso, transforma a poesia em um ato de justiça tardia.

A estrutura do livro alterna fragmentos, paisagens, nomes, súplicas. Nada é linear, porque a memória também não é. E é nesse ritmo fragmentado que a autora constrói uma linguagem capaz de carregar as camadas do tempo. O poema não reconstrói a história, mas expõe as rachaduras do que foi escondido.

Araras Vermelhas é um livro sobre quem foi silenciado — e sobre o que nunca deveria ter sido calado. Um chamado à lembrança. Um levante lírico. Uma oferenda aos que tombaram pela utopia de um país mais justo. E também uma pergunta que ainda ecoa: quantas vozes mais ainda estão enterradas no fundo da floresta?

Para quem entende que poesia não é fuga.
É ferida aberta.
É palavra que não esquece.
📚 Editora Companhia das Letras
🔍 Palavras-chave: Guerrilha do Araguaia, Cida Pedrosa, poesia brasileira contemporânea


6. Apenas Mãe — Mabelly Venson

Publicado em 2023 pela Editora Comala, Apenas Mãe, de Mabelly Venson, é um livro que rompe com os estereótipos da maternidade idealizada. Em vez da imagem polida da mãe plena, paciente e grata, a autora nos oferece uma mulher inteira — cansada, dilacerada, real. Uma mãe que escreve entre fraldas e insônia, entre silêncio e grito, entre o amor imenso e a solidão aguda de cuidar.

Com uma escrita delicada, direta e por vezes brutal, Mabelly constrói um retrato da experiência materna como território de contradições. O livro é composto por pequenas narrativas, quase como bilhetes íntimos, fragmentos de uma vida que se parte e se refaz a cada novo dia. Cada texto é uma tentativa de dar forma ao que escapa: a exaustão física, a culpa invisível, o luto da mulher que deixou de existir para que a mãe pudesse nascer.

Mas Apenas Mãe também é amor. Amor doído, impaciente, desajeitado. Amor que não cabe em moldura de comercial de fralda. Um amor feito de café frio, de peito rachado, de berros no escuro e risos que salvam o dia. O amor que, apesar de tudo, insiste em estar.

A autora escreve com o corpo. E com a falta dele. Sua linguagem é honesta e íntima, sem concessões. Há poesia nos detalhes: no leite derramado, no chão sujo, nos brinquedos espalhados, nos minutos que faltam para conseguir tomar um banho. Mabelly não busca heroísmo: ela reivindica humanidade.

Mais do que um livro sobre maternidade, Apenas Mãe é um livro sobre identidade. Sobre o que resta de si quando o mundo te reduz a uma função. Sobre a luta silenciosa de tantas mulheres que se veem nomeadas apenas pelo vínculo com seus filhos — e que, ainda assim, continuam criando mundos possíveis com as mãos calejadas.

É uma leitura necessária para mães, filhas, cuidadoras, pais atentos e leitores dispostos a entender que a maternidade também pode ser lugar de escrita, de linguagem, de existência que não se apaga.

Um livro que acolhe, que cutuca e que, acima de tudo, não finge.
📚 Editora Comala
🔍 Palavras-chave: maternidade real, poesia contemporânea, escritoras mulheres


7. Ninguém Quis Ver — Bruna Mitrano

Publicado em 2023 pela Companhia das Letras, Ninguém Quis Ver, de Bruna Mitrano, é um romance-poema sobre o apagamento — não como morte súbita, mas como processo sutil e cotidiano de sumir enquanto se está viva. Um livro que toca com força o que há de mais difícil de dizer: o esvaziamento de si mesma.

A protagonista é uma mulher sem nome que desaparece devagar. Ninguém percebe. Ninguém pergunta. Ninguém quer saber. O sumiço não é um evento, mas um percurso. Um tipo de silêncio que cresce dentro da pele até que já não há corpo que o contenha.

Bruna escreve essa ausência como quem tateia um quarto escuro. Sua linguagem é enxuta, entrecortada, fragmentada — feita de restos, de frases partidas, de palavras que não concluem. O texto se organiza em fragmentos curtos, que soam como cadernos rasgados, como respirações contidas, como cartas que nunca foram enviadas. É um livro que avança aos poucos, como quem caminha descalça sobre cacos.

O tom é íntimo, quase confessional, mas nunca sentimentalista. A autora tem domínio absoluto do não-dito — e é justamente no que se cala que a narrativa grita mais alto. Cada página traz a tensão do que não pôde ser dito em voz alta. É uma experiência de leitura sensorial, que leva o leitor a sentir o peso do silêncio como se fosse seu.

Ao longo do livro, o leitor não encontra respostas — e nem deve. Ninguém Quis Ver não quer explicar, apenas mostrar o que acontece quando uma mulher começa a desaparecer sob o peso de tudo que esperam dela. Quando sua dor se torna invisível, seu corpo se torna um quarto vazio. E sua voz, uma lâmina fina que corta o papel em silêncio.

É um livro sobre ausência, mas que permanece. Um livro sobre o não-ver, mas que escancara. Um livro que se recusa a desaparecer, mesmo que toda a sua personagem seja feita de sumiço.

Ninguém Quis Ver é para quem entende que às vezes é preciso escrever para continuar existindo.
E que a literatura também pode ser abrigo para quem já perdeu o próprio nome.


📚 Editora Companhia das Letras
🔍 Palavras-chave: literatura marginal, literatura lésbica, autoras independentes


💬 Conclusão: Por que ler escritoras brasileiras contemporâneas?

Ler autoras contemporâneas é uma forma de conhecer o Brasil que pulsa, resiste e se reinventa todos os dias. São mulheres escrevendo suas próprias histórias — e, ao fazer isso, resgatando outras que foram silenciadas por séculos, ampliando repertórios e formando leitores mais críticos, empáticos e atentos às múltiplas realidades do país.

Em cada livro escrito por uma mulher, especialmente por aquelas vindas de territórios historicamente marginalizados, encontramos novas maneiras de nomear o mundo. São vozes que falam de maternidade, corpo, terra, luto, memória, desigualdade, floresta, prazer e fúria — tudo isso com uma linguagem que ousa, que reinventa, que não tem medo de quebrar estruturas.

Essas obras não apenas contam histórias: elas criam espaço para que outras existências sejam possíveis. Em tempos de retrocesso e apagamento, ler escritoras brasileiras é um gesto de resistência. É reconhecer que a literatura também é lugar de disputa — e que quem escreve, escolhe com quais vidas dialoga.

Além disso, ler mulheres é uma maneira de sair do eixo tradicional do mercado editorial, dominado por autores validados por instituições que ainda carregam heranças elitistas e excludentes. É se abrir a narrativas que nem sempre estão nas vitrines, mas que estão nas bordas — e é nas bordas que a linguagem se reinventa.

Esses livros são convites para sair do óbvio, para sentir o mundo com outros olhos, para imaginar futuros mais justos e plurais.
Leia mulheres. Leia agora. Leia com o corpo inteiro.
E descubra que há muito mais Brasil na literatura do que aquilo que nos deixaram ver até hoje.


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