Sete Poemas de Marcus Lua Negra

Sete poemas de Marcus Lua Negra, para o Toma Aí Um Poema.

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Por um mundo com mais poesia!


Marcus Lua Negra, filho adotivo de pais surdos, teve como primeira língua a Libras, adolescente tímido encontrou na poesia um refugio. Tem para si a poesia como autoanalise e como forma de quebrar paradigmas impostos.

JOGA-A-DOR

 

O jogo… 

E um argumento nulo,

mas… de diversão explicita!

Mesmo que…

Quem faz o jogo,

seja… só um ponto, de vista!


OLIMPÍADAS PARA LINGUÍSTICAS

(INSCRIÇÕES ABERTAS)

 

Olimpíadas para linguísticas!

Para pessoas que perderam o papo, ou a língua! 

Ou pra quem, cansou-se de ser tão intimista, 

e sonha nos palcos ser artista!

Onde um tagarela, soa tão bem,

quanto a um quadro em aquarela!

Onde você, pode dar com a língua nos dentes,

soltar o verbo, contar tudo pra gente!

Declamar e derramar da vida o lirismo,

da incontinência do contido e acatado civismo!

 

Inscrições abertas!

Com o “mudinho” da esquina,

ou, com os “papagaios” dos vizinhos!

Que são eles mesmos, diga-se de passagem!

E por toda a cidade, desde os velhos à mocidade!

E com todos os reprimidos, que não tens ouvido!

 

Não percam essa oportunidade,

de falar com liberdade!

Contamos com você!

Nosso prazer é ouvir o que tem a nos dizer!

 

obs.: todas as conversas serão gravadas, para a sua segurança, para maiores informações leia sempre as letras miudinhas, pra não cair no papo da galinha, através do conto da carochinha.


A/TEU VER/SÃO

 

Seria o eu ateu!?

Autor, do ato, que lhe acometeu!

Autuando de si, 

a razão, que lhe ocorreu!?

Me diga, você, filisteu! 

Sempre, obrigado, a amar deus!

 

Que te submete…

ao que tão somente, a ti, compete!

Através da moral, Ter a ti! 

Em tão colorido e iluminado pecado!

Fazendo-te gado, cercado e lesado!

 

Um coitado… do amor derramado! 

Que há tanto…

Eternamente na sua mente!

Desde, a semente, sempre temeu!

A minerva, em caos, que lhe abscedeu! 

Das tantas camadas, dos eus!

 

Como cebola, me descasco!

Uns fragmentos, guardo num frasco…

outros, não deixo, nem rastro!

Não exaltando à nenhum!

Sempre, me desfaço e refaço!

 

Fugindo, sempre, do senso comum!

Sabendo, sempre temer caber, em algum!

Pura inconsciência, da sua essência!

Cada qual, profecia, da sua própria alegoria! 

Seria, de minha parte, imprudência!

Cutucar de vara curta, a filosofia e a ciência!



Ps: Sendo isso, fruto, de minha auto análise,

      não passo eu, de bruta seiva, de árvore de catarse?


DEMASIADAMENTE HUMANO

 

Tentando me ater ao todo

Vejo, a ponta da minha caneta

Se transformar em pequeno deserto

Borrando de tinta, o torto e o incerto

 

E vejo, a minha inutilidade

Diante de tais papéis, ou ecrãs

Respingar as lagrimas sentimentos

Que vem de dentro, dos meus afãs

 

Devido a aparente  ilusão

De alva brancura em imensidão

versam livres os verbos, que vibram

O tilintar, da minha imaginação

 

Que agora, na semente sente 

Tanta carga de tristeza

Que abre, o jogo, com destreza

E põe tudo sobre a mesa!

 

Um uivo profético, na consciência, da minha distro!

Rótulos, marcas, patentes e registros!

RGs, CPFs, que demarcam as bestas e a feras!

Senso comum/gado… vida e alma, de quimera!

 

E vejo dores nas gotas

E rasuras no invisível

O amor, vem simples…

Mas o mundo incêndio, a mim chama!

 

Minha mente, proclama, lúdicos habitats

E viva! o que tanto mente, o marketing!

Que ate, a essência engana!

Para roubar-lhe, a chama!

 

Ao que tange, esse rebento, em que me arrebento

A buscar, uma chance, ao invés de um lamento

Brisa sútil e um mirante, um luar no firmamento 

Rouco, compadecido e louco, sem cabimento

 

Rindo amarrotado um lunático resultado

Do timbre ócio, alucinado e safado

Que da garganta, que tanto clama, o que, reclama 

Amores inaptos, cheio de tatos, dos cios vazios, em que me farto


NINGUÉM 

 

Todo mundo quer ser como alguém?

Todo mundo quer ser alguém?

Todo mundo quer alguém?

Todo mundo quer?

Todo mundo?

Todo?

          Alguém?

                        no

                            Mundo?


VAGABUNDO

 

Vagabundo… ?!

Por ter fitado, na esquina,

uma flor sorrir!?

Por enxergar nos orifícios podres,

do sistema análogo social,

o que é natural?!

Por negar uma cruz doente,

um Deus onipotente,

vigente do caos!?

 

Não vês?!

Que você, e seu Deus, alter ego!

E sua visão etnocêntrica, que nego!

Que lhe conduzem à eternidade do nada!

 

Bicho mais sujo, do que eu e você!

Não haverá de ter!

Da própria mãe, o escárnio faz…

Ego e umbigo, que nunca si satisfaz! 

 

Sendo eu, produto seu!

Filho plástico, ventre oco!

Dado, ao achado e abandonado!

Filho farto, do fardo, que me fita!

 

Partindo a partir do parto, que me reparte,

para o que aponta, qualquer ponta!

Juras, de nós a nós, que dão o ponto!

Esconjuro! Esse seu amor aliciado,

que, nos tem que ser negociado!

E custa-nos, tão caro, o teor!

O que para mim, não tinha sequer valor!

Onde me iludo, com o que não ligo!

Achar saber, o incerto endereço do umbigo!


ODE AO EGO

 

Eu, o dano, da minha vontade,

escravo, da minha necessidade,

escrevo, sobre o ego e a vaidade!

 

Filólogo do meu prólogo,

rogo a semente, 

que nunca se despe finalmente!

 

Faço das lagrimas nascente,

que regato, afloro de mim, 

alcançando o mar, virando oceano!

 

Na primeira instância da infância,

toiram a sacra ilusão no meu coração,

ameaça de um eterno, que me arrepia, e não tolero!

 

Pra deles desgosto, encontrei o oposto,

do que me foi proposto, ou imposto,

e num é, que gostei…

 

Laico ateu ou agnóstico…

ser sensato, insano ou sem prognóstico?

Moro no reverso verbo do meu verso!

 

Encruzilhada de acrósticos, labirinto de semânticas,

em que si perdem dúbias as palavras,

em sua perpétua possibilidade quântica! 


A Poesia irá dominar o mundo!

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