um título para vender livros e um narrador personagem poeta, um alter ego do autor, que aparece em diferentes contos para fazer leitores e leitoras rirem no meio da rua com situações constrangedoras que um poeta marginal vive na cotidiana metrópole tecnológica. mas nem tudo é risos na cidade e há estórias onde a história não nos deixa brincar com as palavras. uma ameaçadora cidade onde as relações, nem sempre humanas, criam atritos e bugues na conectividade com a vida real. a evolução da urbe, a revolução tecnológica, tudo passa pela extinção da selvageria e atropela nosso instinto animal. estáticos vivemos em imóveis consumindo dados móveis na escravidão dos algoritmos. que cliquem no poeta que escreve contos e os tenta vender para um povo que ama consumir publicidades. tudo nos leva à prostituição. o poeta é um puto num feed de uma rede social que o enrosca como garrafas de refrigerantes que os banhistas jogam na praia enroscam nas redes de um sobrevivente pescador em busca de peixes ameaçados de extinção. é tanta desgraça que precisamos rir, gozar e encarar qualquer alternativa de loucura para que a vida pareça um pouco diferente de suas eternas repetições. venham ter um pouco de prazer com esse escritor que faz de tudo pra vender um livro.  

 

 

 

-meu amor, você precisa fazer alguma coisa da vida.

-eu escrevo poesia.

-poesia não dá dinheiro. você quer viver do quê? de amor?

-quero.