
Em seu terceiro livro, Espólio, Flavia Ferrari constrói um inventário lírico de perdas e permanências, tendo a metáfora da casa como eixo simbólico e emocional. Composta por poemas e prosas poéticas, a obra reúne imagens da intimidade e do cotidiano em decomposição — móveis, paredes, janelas e lembranças que, impregnados de amor, compõem o patrimônio afetivo do que já não é, mas ainda ocupa espaço.
Lançado em edição independente, o livro apresenta uma escrita afiada e sensível, que alterna entre a contenção e o transbordamento. A poeta convida o leitor a visitar os escombros do que ficou, não como espectador, mas como herdeiro. Em Espólio, a linguagem é ao mesmo tempo abrigo e ruína: nela, a dor e a beleza convivem lado a lado.
A crítica Isa Corgosinho observa que os poemas de Ferrari são atravessados por uma ambivalência essencial — a do amor como força que marca, mas também que aprisiona. A poeta caminha pelas bordas da casa e do corpo, pelas fissuras do tempo e do luto, abrindo janelas que ventilam memórias e fecham portas para o passado.
Com projeto gráfico de Jéssica Iancoski, Espólio é um convite à leitura tátil e cuidadosa, em que cada objeto, gesto ou silêncio carrega a densidade do que foi vivido. Um livro para quem se interessa por poesia íntima, existencial e corajosa — e por tudo aquilo que permanece, mesmo depois do fim.
📖 Espólio, de Flavia Ferrari
Edição da autora | 2024
ISBN: 978-65-01-27735-6
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