Spoiler: talvez ele já esteja — e quem precisa se permitir é você.

Você termina de escrever. Lê. Relê. Acha que gostou. Acha que não. Dá uma ajeitada. Corta um verso. Troca um adjetivo. Suspira. Volta amanhã. Deleta tudo. Depois resgata do lixo. Parece pronto, mas… será?

Calma. Você não tá só nessa dúvida.
Saber quando um poema tá pronto não é ciência exata — é escuta. É sensibilidade. Às vezes é intuição. E às vezes é coragem mesmo.

Tem poema que grita: “me joga no mundo!”
E tem aqueles que sussurram: “espera mais um pouco que ainda tô crescendo.”

🌊 Pronto pra quem? Pronto pra quê?

A real é que nenhum poema vai estar 100% pronto pra todos os olhos do mundo. O que você precisa entender é: ele tá pronto pra você? Você o leu e sentiu que, mesmo com dúvidas, ele carrega verdade? Ele te desafia ou te entrega? Ele ainda vibra mesmo depois de dias?

Às vezes, o que falta não é mexer mais — é aceitar o poema como ele é. Com a pausa meio torta. Com o verso que te surpreende. Com aquela imagem que você nem sabe explicar direito, mas que pulsa.

Outras vezes, o poema precisa de tempo. Tipo vinho. Tipo ferida.
Você se afasta, vive outras coisas, e aí volta pra ele. E entende.
E aí sim, publica.

Mas se você já mostrou pra alguém e sentiu que aquela leitura te atravessou,
se o texto já não te pertence mais porque ele diz algo maior do que só sobre você,
então talvez ele já esteja pronto faz tempo — e quem ainda tá no casulo é você.

Publicar não é sobre perfeição.
É sobre partilha.

E às vezes, a única coisa que separa o seu poema do mundo é um “enviar”.
Então vai. Do jeito que tá. Com medo mesmo. Com amor mesmo.
Porque às vezes, o que o poema quer é parar de ser seu pra começar a ser de alguém.