Em 2025, todo poeta que escreve e quer ser lido esbarra na mesma encruzilhada: “onde eu publico meus poemas?”. As opções são muitas, mas a dúvida segue cruel. De um lado, as redes sociais, com seu alcance explosivo e promessas de viralização. Do outro, os portais literários especializados, como o faziapoesia.com.br, que oferecem curadoria, cuidado editorial e um público mais comprometido com a leitura.
Essa discussão apareceu — e reapareceu — entre os poetas do grupo, e merece atenção. Porque mais do que uma escolha de onde publicar, é uma escolha de como a sua poesia vai circular no mundo. E cada caminho tem suas belezas… e suas armadilhas.

📲 As redes sociais: visibilidade com filtro
Publicar poesia no Instagram, no TikTok ou até no Twitter (X, né?) tem vantagens óbvias: é rápido, gratuito e potencialmente viral. Um poema bonito, direto, bem diagramado pode alcançar milhares de pessoas em questão de horas. E isso não é pouca coisa.
Mas aí vem o outro lado: a pressão estética, o algoritmo, o engajamento como métrica de validação. Muitos poetas do grupo relataram a sensação de que nas redes, às vezes, o poema precisa “performar” mais do que significar. Precisa ser bonito de olhar, curto de ler, emocional na medida exata — e, de preferência, ter uma foto bonita por trás.
E claro, tem o cansaço: postar todo dia, interagir, manter o público engajado. Nem todo escritor é também um criador de conteúdo — e tudo bem.
“Tem dias que parece que escrevemos menos para os leitores e mais para os algoritmos”, disse um autor no grupo. E isso resume bem o dilema.
🖋️ Portais literários: menos likes, mais leitura
Do outro lado, os portais literários como o FP (faziapoesia.com.br) oferecem algo que as redes quase nunca conseguem: curadoria. Lá, cada poema publicado passou por leitura atenta, por escolha editorial, por um processo que valida o texto pela qualidade — e não pela estética do feed.
Publicar em um portal também permite alcançar leitores reais de poesia, não apenas perfis que deslizam o dedo por hábito. É menos sobre número, mais sobre profundidade. Menos sobre like, mais sobre leitura.
Vários autores do grupo defenderam os portais como um espaço onde a poesia é tratada com respeito e profissionalismo — mesmo que o número de views não seja viral.
“Às vezes uma leitura verdadeira vale mais que 500 curtidas vazias. No portal, sei que tem alguém do outro lado com o tempo aberto para o texto”, comentou uma poeta.
📉 Mas e o alcance?
É verdade: portais literários não têm o mesmo alcance imediato das redes sociais. Eles dependem de compartilhamentos, newsletters, parcerias. Mas também constroem presença mais duradoura. Um poema publicado num portal pode ser encontrado por anos — e ainda ressoar. Já no feed, tudo vira poeira digital em dois dias.
Além disso, muitos portais estão inovando com novos formatos: áudios de poemas, textos multimídia, entrevistas, clube de leitura. E isso mostra que é possível crescer fora do Instagram, sim.
🧭 Então, onde publicar?
A resposta talvez não seja escolher um ou outro. Mas sim entender o que você busca como autor.
- Quer espalhar seu texto pelo mundo e ver o que acontece? Vá pras redes.
- Quer que sua poesia entre num contexto de leitura mais lenta, mais cuidadosa? Procure um portal.
- Quer os dois? Equilibre: poste nas redes, mas publique também em espaços que valorizam a poesia com curadoria.
O mais importante é que você escolha os caminhos que fazem sentido para sua escrita — e não os que parecem obrigatórios para “vencer” no algoritmo.
Conclusão
Se nas redes a poesia corre, nos portais ela repousa. Se ali ela viraliza, aqui ela respira.
A verdade é que o poema tem o direito de existir em mais de um espaço. E talvez o melhor seja garantir que ele habite tanto o feed quanto o arquivo, tanto o post quanto a antologia. Porque no fim das contas, quem faz o poema durar… é quem o lê com calma.
E calma, hoje, é um dos maiores atos de resistência literária.
Deus Carmo
diz:É realmente um dilema. Se nas redes sociais há preconceito contra tudo que é chamado de textão, pois as pessoas são capazes passarem horas conversando miolo de pote, mas não têm de ler qualquer com mais de umas dezenas de palavras. Se partir para os sítios especializados vai ficar restrito a três ou quatro gatos pintados. O ideal é publicar no dois. Temas leves em umas três palavras na redinco. Os temas mais pesados e longos nas redes especializadas. Eu escrevo meu romance Noite em Paris no blogue Noite em Paris.
Raul Filho
diz:Interessante a constatação. As antologias têm salvo muita gente. Livro físico e o digital.