Seis poemas de Zípora Abidemi, para o Toma Aí Um Poema.
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Por um mundo com mais poesia!
Sou Zípora, mulher livre! Abidemi – Que nasceu na ausência do pai. Persigo meu caminho disseminando conhecimentos e arte feminista dialogando pela liberdade das mulheres de todo o mundo!
– I
Obtendo a dor que esfacela
Amiúde
O que faz e desfaz
Acatando urgências
Descartáveis
Na fome que assola a humanidade
Formigamento desconcertante.
Empatia arrefecida
Pelo ouro do tolo
Que o induz
As máquinas
Os decibéis infames
Infante juvenil
Na decadência que assola
Fulgura a dor do inocente.
– II
Chegou ao fim
No lamento que você não vê
Na dor que não alcança o teu prédio
Ou o seu andar luxuoso
Essa liquidez que te domina
Insensato coração
Nada sente
Nada teme
Digitalizando as percentagens
Na anca que te banca
A velhice que te leva pra cama
Não acata os míseros desejos
Em despejo
Engana-te nevia…
Cava tua cova
Pelo sobrenatural que busca a usura
Na capela sistina
Ali a bondade humana
Faltosa lacuna
observa-te a dor do mundo
As doenças que se espalham
Os vícios que iludem
O sofrimento dos indigentes
Acabou para você
Acabou para mim
Enfim.
– III
Aquelas que não podem
Aquelas que sucumbem
Aquelas que escravizam seus corpos
Torta lucidez!
Homens infames
Que aplicam a dominação
Dos mundos
Infértil é o teu interior
Seco e perdido
Emanando dor e sofrimentos
Os malefícios que estão presentes
Viram estatísticas de um mundo desigual
Privilégio branco e hétero
É cáustico!
– IV
Máquinas e equipamentos para derrotar o
Mar que transita
Na liberdade do indivíduo
O problema é que os meliantes de um
Mundo pagão
Anoitecem entre sangue e destruição
Caos corrosivo
Época das sombras
Tempos sombrios
Coturnos esmagando corações inocentes
Sórdidos inativos
Amassando e formigando
Formando mentes doentes
Manipulação famigerada
Abortando a moral
Incinerando
Vociferando …
O amanhecer retorna inanimado
Imaginamos
Experienciamos
Esperançosos.
Absolutamente nada repercute
Aqui é mordaz
Na tenacidade do ser humano.
-V
A seca é realidade
Enquanto uns vivem
Outros morrem.
Enquanto uns sorriem
Outros choram
Respiradores
Necessitamos de respiradores
Na uti da vida
Falta estar
Falta presenciar
Na ausência de deglutir
Algo substancial
Algo que arrefeça minha fome
A minha
A nossa.
A fome mata
Causa dor
Sofrimento
E nas despedidas desmedidas
Aqui estou
Ainda presente
Só não sei até quando
Até onde se vai
E se esvai.
– VI
Amigo, nada de você
Amigo, nossa sede não acaba
A secura é presente
A água necessitada
Esvaziava
É tudo oco por aqui
E a rezadeira já cessou
Toda saliva
Olho aos céus
Peço clemência
Na quentura nos córnios
Não aguento mais.
José de caboré
Se foi essa manhã
De fome
De sede
Sem lar…
Amigo
Querido companheiro
Acho que chegou a minha vez
JÁ não aguento
Esse mundão não foi feito para nós
Não somos gente
Talvez indigente.
A Poesia irá dominar o mundo!
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