663 | Perpétua Amorim – Auto de natal de um caboclo | Poesia Contemporânea

Mineira, nascida na pequena Macaúbas, filha da Diquinha e neta da Dona Chica, meu pai um fazedor de mágica. Feita de capim rasteiro que espalha na serra, sou contas de rosários, que arrebentam ao rezar, sou milho de pipoca, estouro de alegria nas festas de São João. 

 

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Perpétua Amorim – Auto de natal de um caboclo

 

Meia noite o galo cantô

Repetia em latim

Que o sarvadô minino

Veio ao mundo, logo ali

Vi uma luizinha lumiano

Bem em riba da estrebaria 

As vacas tudo pastano 

achando que era dia.

 

Acho que Jesuis nasceu

 logo ali….. 

Pras bandas do riberão

Sei não!

Vi  três caboco correno 

Com barde e cesto nas mão

Pra mode levá leite fresco

Rapadura , queijo e pão.

 

Se Maria e  José

Hospedage não achô

Foi ter o Minino Deus

No meio dos animar

É porque a humanidade 

Não carece de salvá

E a bondade do povo

Acabou de acabá.

 

Fico aqui matutano 

Se Deus Minino falasse

E se o povo escuitasse

O que Ele tem pra dizer

O certo é que um mundo novo

Haveria de cada dia nasce.

 

Qual a mensagem que trais

Uma caminha de paia

Numa gruta cum animar

Pra vida toda engessada

Colada com pingos de “i”

 

 iPhone, i-mail, instagran

internet, Interpol, intercept

Injuriado imploro:

É muito inguiço! Interceda Jesuizinho!

Não ignora nóis aqui!!!!

 

 

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Poema: Auto de natal de um caboclo

Poeta: Perpétua Amorim 


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