4 Poemas de Tim Soares

Poemas de Tim Soares, para o Toma Aí U Poema.

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Publica poemas desde 2010 e desde então, editou as duas primeiras antologias de Ecosys, participou de diversas coletâneas da Nova Ordem da Poesia. Atualmente colabora com o Corvo Literário e está finalizando seu primeiro livro.

Embrace the devil

 

Eis o infinito, abismo

Vala de todas as órbitas

Décadas e supernovas

Eis o fundo do poço

Onde se perdem

Moças e moços

Onde se desmembra

O céu

Em sentenças siderais

Eis o fim da linha

Para o fraco, cansado

O suicida

O “felizes para sempre”

Enfim autêntico

Aos que se tornam semente

Em solo nada esplêndido!


Ensaio sobre nós 2

 

Todos os cães na rua sabem

Sabem que temos um pé na loucura

Sabem que temos sede de vida

Sede de farra

Sede de sexo

Eles sabem que constantemente mordemos

Mais do que podemos mastigar

Eles sabem que passamos do ponto

Que nos embriagamos

E que somos obscenos

Eles sabem e comentam, fofocam, cochicham

“Lá vão aqueles dois”

Euforicamente improváveis, desvairados

E com seus fantasmas de estimação


Desventuras gramaticais

 

O que será dos sujeitos

Se o futuro do pretérito

É mais que imperfeito?

O que será dos eus, tus, e eles

Se os artigos são artigos

Em falta nas prateleiras?

O que será dos verbos verborrágicos

E dos predicados cada vez mais precários?

Dos conjuntos de conjunções

E dos pronomes que dão nome

Às propriedades garantidas

Pelo verbo ter?

O que será dos substantivos

Agora tão subjetivos

E das metáforas sofrendo

Metamorfoses desvairadas?

O que será dos hifens

Que insistem em separar?

Dos ditongos, dos tritongos e das oxítonas

Passando por hiatos seculares?

E o que será dos plurais cada vez mais singulares?


Todas as bocas

 

Eu tenho bocas

Muitas bocas

Todas as bocas na cara

 

Tenho a boca do grito,

Da mordida

E do bafejo

 

Me sobra a boca que cospe

E te rejeita o beijo

 

Que te morde os lábios

E te abocanha os seios

 

Tenho a boca dos ritos,

Seitas e clichês modernos

 

Que conjura satélites

E lambe os fantasmas do meu deserto

 

Eu tenho a boca cruel na cara

E ela é suja, patife e barata.


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