Com delicadeza, humor e um olhar afetuoso sobre o mundo, Diego Gianni estreia na literatura com A Capivara não quer guerra com ninguém, uma fábula urbana que valoriza a amizade, a empatia e os encontros improváveis. Escritor, dramaturgo, roteirista e atualmente mestrando em Cinema e Artes do Vídeo pela Unespar, Gianni já tem no currículo contos, peças e roteiros — incluindo o curta-metragem Adam, selecionado para a mostra 2024 do Olhar de Cinema.
Neste livro encantador, acompanhamos a rotina tranquila de uma Capivara que vive no Parque das Araucárias, em Curitiba, espalhando amor por onde passa. Tudo muda quando uma Onça brava aparece no parque — e, surpreendentemente, encontra na Capivara não uma ameaça, mas uma amiga. Quando a Onça é capturada e levada ao zoológico, a Capivara atravessa a cidade para resgatá-la, revelando as contradições de uma cidade que não sabe lidar com a delicadeza.
A obra se destaca na Coleção Gralha Azul por sua mistura sutil de poesia, crítica social e doçura narrativa. Com um estilo visual e cinematográfico, A Capivara não quer guerra com ninguém é mais que uma história infantil ou uma crônica urbana: é um manifesto silencioso a favor do afeto, da liberdade e da resistência pelo cuidado.
Nesta entrevista exclusiva ao blog da Toma Aí Um Poema, Diego Gianni compartilha o processo de criação do livro, a escolha por uma narrativa gentil e a potência da Capivara como símbolo de resistência mansa em tempos tão ferozes.

Fale um pouco sobre você — quem é Diego Gianni na vida cotidiana e quem se revela quando você começa a escrever?
Meu nome é Diego Gianni, e minha relação com a escrita literária começou ainda na infância. Mas foi aos 23 anos, ao começar a escrever peças teatrais, que essa prática se tornou também profissional.
Desde então, experimentei muitas formas, estilos e gêneros diferentes, sempre em busca de encontrar a minha própria voz. Nos últimos tempos, tenho descoberto uma conexão inesperada — e muito significativa — entre minha escrita e a literatura infantil.
Como nasceu a ideia do seu livro “A capivara não quer guerra com ninguém” e por que você escolheu exatamente esse título?
Queria escrever uma história que tocasse mais profundamente o tema da amizade, e o estereótipo que envolve a capivara me pareceu a ponte ideal para explorar relações improváveis. O título nasce justamente dessa ideia: a de uma criatura que só quer que todo mundo fique bem, convivendo em harmonia no mesmo espaço.
Se tivesse que resumir sua livrete em três palavras, quais seriam e por que elas capturam a essência da obra?
Amizade, companheirismo e inocência. São três palavras que desenham bem a trajetória de minha protagonista.
Durante o processo de escrita, houve algum momento em que a o livro te surpreendeu — uma descoberta sobre você ou sobre o tema que capturou sua atenção? Você poderia compartilhar com a gente?
Queria que o livro também tocasse em temas mais sensíveis, como a pobreza naturalizada que permeia as grandes cidades. Essa perspectiva foi surgindo de forma orgânica durante o processo de escrita — e acabou se tornando parte essencial da narrativa.
Qual sentimento você mais espera despertar nos leitores ao ler seu livro: inquietação, nostalgia, esperança ou outro? E por quê?
É uma história otimista que, acredito eu, passe uma sensação de leveza. Diferente de outros textos que já escrevi, que se conectam mais com a melancolia.
Gostaria de acrescentar mais alguma reflexão, comentário ou curiosidade sobre sua obra para os leitores perceberem melhor sua proposta?
Este é um livro que dedico ao meu afilhado Zion, de 4 aninhos. Nessa idade, ainda se carrega a inocência bonita de acreditar nas fábulas — não por ingenuidade, mas porque elas são tão reais quanto as coisas visíveis e palpáveis. A fábula da minha capivara será verdadeira enquanto o Zion acreditar nela. E isso, para mim, já é o suficiente.

Onde comprar A Capivara não quer guerra com ninguém, de Diego Gianni
A Coleção Gralha Azul está no ar! E o livro A Capivara não quer guerra com ninguém, de Diego Gianni, é uma das obras mais encantadoras desta edição dedicada à literatura contemporânea produzida no Paraná.
Com delicadeza e um olhar afetuoso sobre o mundo, a obra narra a jornada de uma capivara gentil que cruza a cidade em busca de uma amiga — uma onça. Entre fábula e crítica social, o livro fala de amizade, empatia e do direito de coexistir com ternura, mesmo em tempos duros.
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