Entrevista com Bárbara Paul, autora de “Aquilo que a gente tem tentado tanto” | Coleção Gralha Azul

Artista visual, pesquisadora e educadora, Bárbara Paul nasceu em São Paulo em 1990, mas atualmente vive em Londrina (PR). Graduada em Artes Visuais pela UEL e mestre pela UDESC, sua trajetória atravessa linguagens e práticas que exploram memória, afetos e experiências de gênero a partir de objetos cotidianos. Em sua produção artística, Bárbara é movida pela transfiguração: objetos comuns ganham novas narrativas, tornando-se suportes de dor, desejo, cuidado e transformação.

Em Aquilo que a gente tem tentado tanto, sua escrita poética acompanha essa mesma pulsação. O livro é uma coleção de textos íntimos e viscerais que buscam dar contorno à memória, aos sonhos e às cicatrizes deixadas pelas experiências vividas — especialmente as que atravessam o corpo e a linguagem.

Com ritmo preciso e imagens marcantes, a autora constrói uma poética do excesso e do silêncio, do enjoo e da persistência, de tudo aquilo que seguimos tentando — apesar de. Seus poemas convocam o leitor para uma dança interna, desordenada, profundamente sensível.

A obra se destaca na Coleção Gralha Azul pela densidade emocional de sua linguagem e pela força imagética de seus versos. Um livro que não se lê apenas com os olhos — mas com a pele, a memória e o estômago.

Nesta entrevista exclusiva ao blog da Toma Aí Um Poema, Bárbara Paul compartilha o processo de escrita do livro, suas conexões entre arte visual e palavra, e o gesto de escrever como tentativa de permanência no que sempre escapa.

Bárbara Paul | Divulgação
Bárbara Paul | Divulgação

Fale um pouco sobre você — quem é Bárbara Paul na vida cotidiana e quem se revela quando você começa a escrever?

Me chamo Bárbara Paul, sou artista visual de formação — com graduação e mestrado na área — e, há alguns anos, venho me dedicando a investigar temas como memória, afetos e mágoas.

A escrita surgiu aos poucos, primeiro como uma maneira de explorar os possíveis diálogos entre palavra e visualidade, e depois como uma forma de experimentar o poder imagético que acredito que as palavras podem carregar.

Escrevo para montar e remontar imagens que guardo em minhas lembranças — imagens que chegaram até mim por meio de sonhos, histórias que ouvi e experiências que vivi.

Como nasceu a ideia do seu livro “Aquilo que a gente tem tentado tanto” e por que você escolheu exatamente esse título?

Acredito que escrever Aquilo que a gente tem tentado tanto foi a forma que encontrei de contornar partes do meu passado e refletir sobre aquilo que não se pode esquecer — as obsessões de estimação, que insistem em permanecer.

O título nasce justamente dessa repetição: da persistência de certas memórias que não se cansam de se revelar, de se desgastar, como se pedissem para ser olhadas de novo e de novo.

Se tivesse que resumir sua livrete em três palavras, quais seriam?

Memória, sonhos e obsessões!

Durante o processo de escrita, houve algum momento em que a o livro te surpreendeu — uma descoberta sobre você ou sobre o tema que capturou sua atenção? Você poderia compartilhar com a gente?

O livro é um compilado de pequenos textos que venho experimentando escrever há alguns anos. Mas foi só ao reuni-los para esta publicação que percebi o quanto todos flertam com a ideia da fragilidade — porque falam do descontrole, das coisas que nos tomam e das quais não conseguimos nos desvencilhar.

Ao longo das páginas, surgem ideias repetitivas, paixões mal curadas, memórias nebulosas da infância e adolescência, além de experiências — minhas e emprestadas — que assumem uma verdade: certas vivências não cessam de retornar.

Qual sentimento você mais espera despertar nos leitores ao ler seu livro: inquietação, nostalgia, esperança ou outro? E por quê?

Penso que todo livro é, de alguma forma, uma carta endereçada a alguém desconhecido. Por isso, espero que o que escrevi seja um convite aos leitores: que dialoguem com essa coleção de memórias que apresento, que se misturem a elas, que as emprestem, reinventem e refaçam em seus próprios pensamentos.

Desejo que minhas palavras nunca se cansem de se encontrar — e de se fundir às vivências de quem lê.


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A Coleção Gralha Azul revela mais uma voz potente da poesia contemporânea paranaense com Aquilo que a gente tem tentado tanto, de Bárbara Paul — uma obra íntima, imagética e visceral que explora memórias, fragmentos e silêncios interiores.

Em uma escrita sensorial marcada pela potência das palavras e das imagens, cada poema é um convite para revisitar dores, desejos e resistências — o que tentamos tanto, sem nunca desistir.

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Um comentário “Entrevista com Bárbara Paul, autora de “Aquilo que a gente tem tentado tanto” | Coleção Gralha Azul”

  • JACKIE RODRIGUES

    diz:

    Bárbara!!!

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