O poeta e professor Ramon Felipe nasceu no fim dos anos 90, em Natal. Possui poemas em revistas culturais, trabalhos acadêmicos, certificado por trabalho em destaque no Festival Literário de São Miguel do Gostoso, entre outros.
“As primeiras flores de Manhattan” (Opera Editorial) é seu recente livro de poesia e já se encontra em pré-venda. A obra apresenta 5 partes nomeadas com lugares presentes na ilha de Manhattan (e arredores). Os capítulos “Central Park” e “Greenwich Village”, por exemplo, abordam respectivamente, temas como o amor e lutas sociais. A presença de quartetos, sextilhas, versos livres (e até um soneto) demonstram a capacidade ‘camaleônica’ do autor.
Segue um trecho do poema “Manhattan”:
Teu exemplar do Neruda,
Teu suspiro após um café,
Tua luta contra o fascismo,
Tua maneira de me declamar
(…)
Se Woody Allen ama Manhattan,
Eu amo as paisagens urbanas do teu olhar.
O surgimento de “As primeiras flores de Manhattan”
Após ministrar um colóquio sobre a história do cinema, Ramon começou a construir um conceito que norteou sua produção. Reunindo uma seleção de poemas escritos entre 2015 e 2022, as influências do autor se fazem presentes na sua poesia e principalmente, no conto que encerra a obra e nomeia o livro. Por sinal, para a escrita em prosa, o poeta se debruçou em uma pesquisa que abrangeu desde a leituras de textos históricos e jornalísticos, até conversas com pessoas que visitaram recentemente o lugar que por muitas vezes, foi cenário para Woody Allen e Scorsese.
Trecho do conto “As primeiras flores de Manhattan”:
“(…) Sonhos. Estava realizando um, mas naquele momento, sentia na pele a milenar e ferrenha inquietação da alma humana perante o tempo. A cada tic-tac, uma hipótese, a cada tic-tac, um receio, a cada tic-tac, a pergunta ‘será?’.
Tentou trabalhar por um tempo maior, mas, finalmente vencidos pelo sono, seus olhos fecharam-se lentamente. No prenúncio da madrugada, diante dos livros e da janela molhada por gotas de uma típica chuva de outono, Sophia dormiu.”
No mais, em “As primeiras flores de Manhattan”, a proposta é ler e se sentir em um filme.