E se a vontade não vier? E se vier demais?
Tem dia que a palavra vem fácil.
Tem dia que nem o silêncio aparece.
E aí, você se pergunta: “preciso escrever todo dia pra ser poeta de verdade?”
Calma, respira. Vem aqui, senta do meu lado — vamos conversar baixinho, sem pressa.
Te disseram que disciplina é tudo, que artista sério escreve com horário e meta.
Mas e se tua arte não for maratona, e sim maré?
E se teu poema precisar de tempo pra ferver na pele, antes de pingar na página?

💌 Escrever com ritual ou escrever com instinto?
A real é que não existe receita única. Tem gente que precisa escrever todo dia, nem que seja um verso malcriado numa nota do celular. Pra essa galera, a escrita é treino — quanto mais mexe, mais afina. E tem magia aí, viu? Na constância, na escuta, no corpo habituado a virar palavra.
Mas também tem quem escreva quando transborda.
Quando sente. Quando não dá mais pra guardar.
E esses poemas vêm com a força de um grito que se escondeu por semanas.
O que importa não é a frequência. É a verdade do gesto.
É saber reconhecer quando o silêncio também faz parte do processo.
Se for todo dia, que seja como quem acende uma vela.
Se for só às vezes, que seja como quem acende o mundo inteiro.
Escreve no ritmo do teu corpo, da tua dor, da tua alegria.
E quando vier a culpa por não escrever “como deveria”, lembra:
você não precisa provar nada pra ninguém. Só precisa sentir que a palavra ainda é tua.
Então escreve — todo dia ou só quando der.
Mas escreve. Porque quando você escreve, você também se encontra.
E eu tô aqui, torcendo pra que você se leia com amor.