Zine literário com poemas de Flavia Ferrari, organizado por Toma Aí Um Poema.
Flavia Ferrari (Santana de Parnaíba/SP) é escritora e poeta. Escreve contos infantis desde 2014. Estreou na poesia em 2020, no início da pandemia. Teve poemas publicados pela Escrita Cafeína, pela Revista Pixé e pela Toma Aí Um Poema (menção honrosa). É mãe, professora e mantém um relacionamento amoroso sério com a poesia.
Número de páginas: 16
Idioma: português
ISBN: ——
Autora Flavia Ferrari
Sobre
Flavia Ferrari é uma surpresa boa. Quando se apresentou a nós, ainda estávamos na fase inicial do Toma Aí Um Poema. Ela chegou meio tímida, com um pseudônimo e uma linda poesia enviada através do nosso formulário de recebimentos para declames. E nós a declamamos, sem saber que esse laço iria se prolongar.
Desde então, Flavia foi chegando cada vez mais perto do nosso projeto. Passou a nos acompanhar pelo Facebook, depois pelo Instagram, até que enviou material para a primeira edição da nossa revista: três belíssimos poemas que nos deixaram maravilhadas. Ainda, a surpresa ao ler sua minibiografia: embora escrevesse literatura infantil, a poesia era algo recente na vida dela, datando o início da pandemia.
“Há frestas que não cicatrizam/ endurecidas/ por onde só passa o ar/ imperceptível”
A poesia vem para Flavia de maneira cotidiana e intuitiva. Percebe-se que há muita facilidade, como se versar fosse um dom natural.
A poesia é laço e o mundo precisa de pessoas que se reaproximem do fazer poético, como a Flavia. Esse Zine é o desejo mais sincero de que ela continue a se desenvolver por este caminho.
Flavia, que os seus poemas cheguem cada vez mais longe.
Com carinho, Jéssica Iancoski
Editora-chefe do Toma Aí Um Poema
Podcast e Revista Literária
Três poemas de Flavia Ferrari no Zine
Depois da chuva
A minha alma lavada
repousa em um varal
de corda bamba
em que o peso e o acúmulo
de águas passadas
tocam o solo
enquanto o vento se funde
à substância
e leva…
Frestas
Há frestas por onde o sangue aflora
e o excesso escorre
e que cicatrizam
Há frestas que revelam
fragilidade
e uma ruptura iminente
Há frestas que acusam
um passado negligente
futuro incerto
Há frestas que orientam
que contam histórias
e aguentam
Há frestas que não cicatrizam
endurecidas
por onde só passa o ar
imperceptível
Há frestas invisíveis
que só se mostram na claridade
e somem quando chegam as sombras
Há frestas por onde brotam
elementos vivos
quando já não mais acreditamos
e resistem
Sobre o ódio
Ele bebe a água do meu corpo
Atrasa meus movimentos
Tensiona o meu rosto
Prende minha respiração
Ele me enche de planos de ataque
E não colabora com nenhuma ação
Insiste e guia meus pensamentos
Ele me faz perder o sono
Propõe cenas inteiras
Que nunca acontecerão
Chega e me desconcentra
Tira toda alegria
Briga comigo
E me faz ter pena de mim
Ele me preenche
Fico completa de veneno
E tudo segue funcionando
Combustível do meu ser
A Poesia irá dominar o mundo!
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