#663 Perpetua Amorim – Desacreditado | Poesia Contemporânea

Mineira, nascida na pequena Macaúbas filha, da Diquinha, neta da Dona Chica, meu pai um fazedor de magicas, que de batismo tinha o nome Waldemar, conhecido como Mario Rodrigues, por todos do lugar. Sou feita de capim rasteiro que espalha na serra, sou conta de rosários, que arrebentam ao rezar, sou milho de pipoca, estouro de alegria nas festas de São João. Sou devota de Santo Antônio, acredito na sorte e algumas vezes no azar. Sou esposa, mãe e avó, faço versos com o único motivo – voar.

 

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Perpetua Amorim – Desacreditado

 

Perdão! Tanto peço

Que hoje dispenso
As profecias descabidas
De padres, pastores e putas
Prefiro os palhaços
Debochando dos meus pecados tortos
E os poetas com suas paixões
Desacreditadas

 

Perdão!!!! Tanto faz

Hoje, não suporto mais

 

Os arroubos de ditadores corretos

E de seus seguidores, santos demais

Entupido os meus tímpanos calejados

Prefiro carregar bandeiras

Ser chamado de comunista

De malandro ou anarquista 

Desacreditado!

 

Perdão! A quem peço?

 

Talvez ao morador da praça

Aquele que o transeunte acha graça

Da sua fome escancarada.

Da mulher seminua, sagrando sua vergonha

Na gargalhada de quem passa.

Desacreditada!

 

Perdão! 

Não haverá perdão.



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Poema: Desacreditado

Poeta: Perpetua Amorim

Voz: Jéssica Iancoski | @euiancoski

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